Desde o edifício onde opera a um projeto para aumentar a literacia financeira, a Cofidis é uma empresa que tem vindo a investir em si e nas pessoas por um mundo mais sustentável e informado, assim nos conta Lícino Santos.
Que trabalho tem sido feito pelas financeiras no âmbito
da sustentabilidade, numa lógica ESG? Que importância
atribuem hoje a este conceito?
Sobre este tema, tem sido feito um trabalho de fundo por
várias instituições e é necessário que continuemos, porque
há um caminho importante ainda por percorrer e que é
responsabilidade de cada um de nós. Particularmente do
lado da Cofidis, temos atuado em diversas dimensões, nomeadamente
no que diz respeito à sustentabilidade social e
ambiental. Destaco duas: o site Contas Connosco, um projeto
de sustentabilidade social que lançámos em 2014 com
o intuito de aumentar a literacia financeira dos portugueses.
Portugal tem sido sistematicamente considerado como
um dos países da EU com menores conhecimentos nesta
matéria e isso naturalmente tem consequências sociais relevantes.
Quisemos, portanto, aproximar as pessoas dos
principais conceitos relacionados com as finanças pessoais.
Na dimensão ambiental, há muito que a Cofidis vinha a
implementar práticas significativas, como por exemplo
conversão de uma parte significativa da sua frota de viaturas
de serviço em veículos total ou parcialmente eletrificados,
e em 2022 mudou-se para umas novas instalações,
com mais de 10 mil metros quadrados e que alberga mais
de 750 colaboradores, as Natura Towers, que é um edifício
de atributos únicos do ponto de vista da sustentabilidade
caracterizando-se pela sua capacidade de captar e armazenar
águas pluviais e pelos enormes painéis solares nas fachadas, além de oferecer o maior jardim vertical de Lisboa,
com cerca de 1000 metros quadrados
Que expectativas há para o comportamento das taxas
de juro e que consequências, no curto e no médio prazo,
podem trazer aos vários stakeholders envolvidos no
processo?
Há uma grande volatilidade e incerteza nestas matérias,
mas as principais consequências dos níveis de taxa atuais
são muito claras: com o custo do dinheiro em alta e por
tempo indeterminado, os encargos financeiros manter-se-
-ão elevados quer para empresas, contribuindo para uma
restrição do consumo e dos investimentos, mas também
para os particulares, induzindo uma maior complexidade
de gestão orçamental por parte das famílias com recursos
financeiros mais escassos e que no tempo poderão conduzir
a um aumento importante de desigualdades sociais. No
que diz respeito ao negócio do comércio de automóveis,
este contexto tenderá a manter uma procura mais restrita,
assim como, a limitar as taxas de aprovação de novos contratos de crédito em níveis inferiores aos do passado, em
resultado de uma natural degradação do perfil de cliente e
redução do orçamento disponível das famílias.
Numa atividade que se baseia em operações estritamente
comerciais e na variação das taxas de juro, de
que forma se destacam?
A nossa promessa de marca é “De Pessoas para Pessoas”. Na
Cofidis pensamos estratégia a curto, médio e longo prazo e
não só desenvolvemos ferramentas para o presente, como
trabalhamos antecipadamente nos instrumentos do futuro
para garantir que a continuamos a antecipar tendências e a
oferecer as melhores soluções para aqueles que nos consignam
a sua confiança. Na ótica dos parceiros, lançámos um
processo de concessão de crédito totalmente digitalizado
em 2019 e que foi absolutamente disruptivo e diferenciador
à data, tanto que alguns dos outros competidores deste
sector demoraram mais 3 anos a lançar esta funcionalidade
e outros continuam a não a ter ainda. Na ótica dos clientes,
de referir que a Cofidis é distinguida como Escolha do
Consumidor há 11 anos consecutivos, pontuando acima
de 85% em atributos como credibilidade ou simplicidade
no processo, reforçando a forma como é percebida pelos
portugueses relativamente às dimensões mais relevantes.
De que forma prevê que os novos modelos de distribuição
na venda de carros novos podem influenciar a
atividade das empresas financeiras?
As entidades financeiras terão de adaptar os seus processos
e fluxos para garantir o suporte necessário às insígnias e
operadores do mercado de veículos novos, nomeadamente
através de jornadas de compra integradas e alicerçadas
em tecnologia de ponta como é a inteligência artificial generativa
ou a Big Data. Estas entidades deverão aliar inovação
tecnológica e relações humanas para criar experiências
de compra a crédito, distintas, que permitam transformar
a mudança do modelo de distribuição das marcas numa
oportunidade de criar valor para todas as partes envolvidas.
Em simultâneo, as insígnias e operadores de veículos
novos deverão também adaptar as suas operativas e ferramentas
para garantir que existe coerência e as necessidades
e exigências dos clientes são satisfeitas e excedidas.
Que importância considera terem organismos como
a ANECRA e, em concreto, eventos como o Encontro
Nacional dos Usados, em junho último, ou a Convenção
Anual da ANECRA?
Organismos como a ANECRA são estruturalmente importantes
para aportar coerência e conhecimento transversal
aos diferentes atores deste sector. Em matérias tão
diversas como jurídico-legais, sustentabilidade ou formação,
o seu papel agregador é de grande relevância. Os temas
que são colocados em discussão, seja no âmbito das
formações promovidas, seja relativamente aos encontros
e convenções, são sempre de extrema pertinência e auxiliam
a criação de referências para os diversos operadores
do negócio automóvel, bem como ajudam a compreender
a evolução que o sector e a sociedade estão a sofrer e a criar
sentido de urgência para a gestão da mudança que tem de
ser liderada por cada um destes.