... Edição Digital 391

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ENTREVISTA - Hugo Ramalho, Direção Comercial do Banco Credibom Custo de financiamento é desafiante Por: Mónica Silva Fotos: Credibom

Em entrevista à ANECRA Revista, Hugo Ramalho do Banco Credibom destaca as diferentes iniciativas da empresa com foco na sustentabilidade, crescimento e liderança.

Que trabalho tem sido feito pelas financeiras no âmbito da sustentabilidade, numa lógica de ESG? Que importância atribuem hoje a este conceito?
 
No nosso caso em específico, atribuímos uma importância muito elevada. O grupo Crédit Agricole tem uma posição muito clara relativamente ao nível do posicionamento das suas empresas no contexto de ESG – ser líder. Contudo, há que reconhecer que o período de transição de veículos automóveis de combustão para 100% elétricos em Portugal, comparativamente a países do norte da Europa, vai demorar mais anos e temos de adaptar a nossa evolução. Como é que nos estamos a posicionar: Em reforçar a perceção dos consumidores portugueses sobre a oferta de veículos “green” através do portal Pisca Green, onde apresentamos as ofertas dos nossos parceiros disponíveis; Iremos adicionar mais ofertas de mobilidade “green” no Pisca Green, ainda em 2023; Complementar a emissão de gases nocivos para a atmosfera através da plantação de árvores em Portugal; Uma empresa sustentável não se faz apenas de medidas para o ambiente e é por isso que nos orgulhamos de ser uma das melhores empresas para se trabalhar em Portugal (Best Place to Work). Esta é uma distinção que se consegue com uma equipa muito dedicada aos colaboradores e ao desenvolvimento de planos e ações que reforçam o “empowerment” das nossas pessoas e procuram melhorar o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho. Estabelecemos parcerias com diversas organizações, em ser uma plataforma para a literacia financeira em diversas comunidades, com a Dress for Sucess, apoiar mulheres que se encontram em situações económicas vulneráveis, preparando-as para entrevistas de trabalho, mas também criando um banco de roupas profissionais a que mulheres sem capacidade financeira possam ter acesso.
 
Quais as expectativas para o comportamento das taxas de juro e que consequências, no curto e no médio prazo, podem trazer aos vários stakeholders envolvidos no processo?
 
Apesar de enquanto cidadãos ainda nos esperar mais 6 a 12 meses de taxas de juro em alta, acreditamos que durante 2024 iremos assistir a uma descida das taxas de referência. Contudo, a economia portuguesa continua a crescer em 2023 e a estimativa é de que continuará a crescer também durante 2024. Para o Banco Credibom, tem sido desafiante o impacto do acréscimo do custo de financiamento da nossa atividade, mas manter-nos-emos coerentes com o nosso posicionamento de manter a “porta aberta” para o desenvolvimento da atividade dos nossos parceiros de negócio, já que absorvemos uma parte muito significativa do aumento das taxas de referência no sistema financeiro internacional, não passando este custo para parceiros e clientes finais. Acreditamos que o mercado se manterá globalmente estável em 2024 face à dinâmica de 2023, com reforço do posicionamento dos bancos de retalho.
 
"A transição para veículos elétricos vai demorar muitos anos"
 
Numa atividade que se baseia em operações estritamente comerciais e na variação das taxas de juro, de que forma se destacam?
 
O Banco Credibom tenta posicionar-se pela qualidade do serviço prestado, pela capacidade de ouvir e adaptar o seu modelo de negócio às necessidades dos nossos parceiros e pela coerência durante ciclos económicos, sejam eles mais ou menos positivos. E os resultados têm sido muito positivos: liderança de mercado com aumento da quota de mercado em Portugal e reconhecimento pelos nossos parceiros e clientes com diferentes prémios de satisfação, por exemplo, o prémio 5 estrelas, escolha do consumidor).
 
De que forma prevê que os novos modelos de distribuição na venda de carros novos podem influenciar a atividade das empresas financeiras?
 
O caso do modelo de distribuição da Tesla veio criar disrupções no modelo de distribuição de venda de carros novos, em particular nos últimos anos, com suporte a modelos quase 100% digitais. Este caso, pelo crescimento das vendas desta marca na Europa têm forçado outras a equacionarem novos modelos de distribuição, como os agenciamento em detrimento de concessionários de marca. A pressão para as empresas financeiras é de acomodarem os seus modelos de negócio, reforçando o investimento nas suas plataformas tecnológicas, disponibilizando diferentes micro serviços acessíveis por integrações via API’s. Esse é o maior impacto e exigência de maior flexibilidade das suas plataformas de serviço a diferentes parceiros.
 
Que importância considera terem organismos como a ANECRA e, em concreto, eventos como o Encontro Nacional dos Usados, em junho último, ou a Convenção Anual da ANECRA?
 
Grande importância. A ANECRA representa o interesse dos mais de 3500 associados no território nacional e com o aumento da regulamentação, transversalmente a todas as atividades económicas, é vital que as associações sectoriais aumentem a sua presença e representação junto dos diferentes agentes da sociedade portuguesa. Considero que a rede de partilha e de conhecimento criada pela ANECRA é fundamental no nosso sector a acrescer ao facto de promover um espírito de entreajuda que, sem dúvida, enriquece muito este mercado. Eventos como o Encontro Nacional dos Usados ou a Convenção Anual da ANECRA declinam este sentimento para momentos presenciais, o que é ótimo porque tornam-se em verdadeiras oportunidades de troca de informação, de contactos, de ideias e de iniciativas que enriquecem os vários associados e a sociedade portuguesa.


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