... Edição Digital 391

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AUTOMÓVEL Elétrico - Jeep Avenger Cativante ao primeiro olhar Por: Bernardo Gonzalez Fotos: Jeep

O Avenger é o primeiro modelo 100% elétrico da Jeep. Além do visual apelativo e das dimensões adequadas, tem a atitude certa para conquistar os condutores mais jovens.

Há já algum tempo que a Jeep tem vindo a ensaiar a sua entrada no mundo da eletrificação, nomeadamente através de versões plug-in das suas gamas mais ‘maduras’.
 
Mas com o Avenger respira-se uma ambição diferente, que em tudo parece justificada perante aquilo que vimos e sentimos ao volante deste novo SUV elétrico. Com 4,08 metros de comprimento, o Avenger está posicionado abaixo do Renegade – 16 cm mais longo –, sendo construído sobre a modular plataforma e-CMP2 da Stellantis, que serve igualmente de base a modelos como o DS3, Peugeot 2008 e Opel Mokka. Contruído na Europa (Polónia) a pensar nos consumidores europeus, assume na perfeição os três pilares fundamentais do ADN da marca americana: ‘design funcional’, ‘tecnologia’ e ‘capacidades’. O primeiro pilar reporta não só às linhas bem conseguidas e às proporções ideais para um modelo do segmento SUV-B, mas igualmente aos requisitos de uma utilização diária, seja em cidade, seja fora dela. Os criativos da Jeep parecem ter pensado em tudo, com as zonas sensíveis da carroçaria protegidas de pequenos embates, graças às proteções em plástico, e até as óticas foram desenhadas de forma a estarem recuadas e menos expostas a qualquer toque ligeiro.
 
Esta vertente prática do design também se reflete no interior, amplo e versátil, sobretudo nos múltiplos espaços de arrumação (que totalizam 34 litros), com destaque para a consola central que alberga uma mala de senhora – algo que vai agradar muito ao público feminino. Já a bagageira está na média do segmento, com 355 litros, mas é de realçar o baixo nível de carga e o bocal largo, o que facilita a colocação de objetos pesados e volumosos, assim como o formato plano que se obtém quando rebatidos os bancos traseiros – o que permite uma volumetria que chega aos 1250 litros.
 
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Tecnologia
 
Neste capítulo, o primeiro ponto a referir é, obviamente, a motorização elétrica. Fabricada pela eMotors, uma joint-venture da Stellantis com a Nidec, esta unidade desenvolve 156 CV transmitidos às rodas dianteiras, sendo alimentada por uma bateria de 54 kWh. Em conjunto, prometem uma autonomia de 400 km – média WLTP –, mas que podem chegar aos 550 km caso a utilização seja exclusivamente urbana. Bons números, para os quais concorrem o baixo peso do conjunto (1500 kg) e a eficiência aerodinâmica, cujo coeficiente se cifra em 0,33.
 
No que respeita ao processo de carregamento, o Avenger pode ser carregado a 11 kW (corrente alterna) numa qualquer estação pública, demorando cerca de cinco horas e meia para atingir 100% de bateria. No entanto, o carregador de bordo permite chegar aos 100 kW de potência (corrente contínua), o que reduz o tempo de espera para 24 minutos – até 80% de bateria –, o que na prática, como os responsáveis da Jeep gostam de realçar, corresponde a 30 km de autonomia por cada 3 minutos de carga.
 
Ainda no âmbito da tecnologia, mas neste caso de sistemas de apoio à condução, o Avenger está equipado com monitorização do ângulo morto, travagem de emergência autónoma (com proteção de peões e ciclistas), estacionamento automático e câmara traseira de 180 graus com vista do tipo drone.
 
A informação essencial surge diante os olhos do condutor através de um painel digital de 7 ou 10,25” (consoante versão), complementada pelo ecrã central multimédia Uconnect de 10,25”, que integra navegação TomTom.
 
Para quem estar sempre conectado é fundamental, o sistema de infotainment incorpora projeção Android Auto e Apple CarPlay sem fios, ao passo que com a aplicação móvel Jeep Mobile App é possível localizar o Avenger, trancar e destrancar portas, verificar nível de bateria, programar o carregamento e ativar a climatização.
 
Capacidades
 
O terceiro pilar do ADN da Jeep, referente às capacidades dinâmicas, não pode ignorar o enorme legado off-road da marca americana. Apesar da sua vocação claramente urbana, o Avenger foi também pensado para a condução por ‘maus caminhos’. Os ângulos de ataque e saída, assim como o ventral são, respetivamente, de 20, 32 e 20 graus, o que lhe permite enfrentar obstáculos sem grandes constrangimentos, tudo complementado por uma altura mínima ao solo de 200 mm. Neste último ponto é importante referir que a zona inferior do Avenger é totalmente plana, concebida para proteger a bateria e o motor de danos, melhorando igualmente a efi ciência aerodinâmica.
 
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Para melhor explorar os 260 Nm de binário máximo do motor elétrico, o condutor dispõe dos modos Areia, Lama e Neve para superfícies de baixa aderência, além do Hill Descent Control para as descidas mais íngremes. Já no asfalto, são os programas Eco, Normal e Sport que determinam a qualidade da resposta ao acelerador, assim como a autonomia. O Avenger conta com três níveis de equipamento – Longitude, Altitude e Summit –, mas seguindo as tendências atuais, tem inúmeras opções de personalização segundo o princípio “make it yours” da marca americana, que disponibiliza mais de 150 acessórios estéticos, funcionais, de conforto e de segurança.
 
Na estrada
 
Não se pode esperar que um carro desta classe seja exatamente um colosso em troços de autoestrada. Mas acompanha sem problemas o ritmo do restante trânsito, como quem diz, tem boa pujança mesmo em subidas mais inclinadas e os seus 156 CV são sufi cientemente enérgicos para transportar armas e bagagens nas pequenas viagens em família. E dizemos ‘pequenas’ pois é a velocidades constantes que os veículos elétricos mais se ressentem em matéria de autonomia. No entanto, e mantendo o ritmo dentro dos limites legais, este Jeep mantém-se surpreendentemente fi el aos valores anunciados, e qualquer deslocação dentro dos 300 km, só para manter margem segurança, é perfeitamente exequível para este SUV, mesmo tendo em conta o peso extra da carga.
 
Mas é na cidade e arredores que ele melhor se expressa e mais nos conquista, tanto pela facilidade de condução e de estacionamento como pelo conforto, mesmo em vias de piso degradado.
 
Em estradas de curvas encadeadas sente-se algum rolamento (ou inclinação) da carroçaria na passagem em curva, o que é natural, dado o seu ‘pisar’ mais brando e a maior altura ao solo, mas apesar de não ter qualquer propensão desportiva, incute confi ança quando optamos pelo modo de condução Sport para negociar percursos mais sinuosos. Diríamos mesmo que, dentro do género e da respetiva classe, é um automóvel que não descura o lado lúdico da condução, com uma qualidade de resposta ambiciosa, a que se junta um bom tato da direção, o que só melhora a interação com quem está atrás do volante.
 
Com as vendas iniciadas em Portugal durante este verão, o Avenger tem preços que começam abaixo dos 40 mil euros. Para a Jeep, é o produto certo na altura certa: cativante na estética, na facilidade de condução e na utilização diária, estamos convictos de que aos olhos de muitos será um caso de amor à primeira vista. Não é por acaso que conquistou o prémio de Carro do Ano Internacional de 2023...


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